F8 1643 20250222 Resenha livro de OC Eu e a UNITA

«Resenha/Recensão ao livro «Eu e a UNITA», de Orlando Castro, com Prefácio de William Tonet, edição Perfil Criativo, edições [Autores.club], editado em Outubro de 2023, com 119 páginas»

Em Dezembro de 2023, depois de um extraordinário e sepulcral silêncio literário – estava ser bem levedado e melhor (redundância, porque nunca conheci o menos melhor) escrito – surgiu o mais recente e sempre actual livro de Orlando Castro, «Eu e a UNITA» sobre a sua ligação ao movimento do Galo Negro e como Orlando Castro conheceu bem a visão Kwacha que espontava em Angola, e, no caso dele, na cidade o Huambo, na província do Huambo, a que era, então, a Nova Lisboa, que Norton de Matos queria que fosse a capital o Império.
Sobre esta obra, poderia ficar, somente, pelas palavras de William Tonet, que Prefacia, nomeadamente, com os 2 primeiros parágrafos, ou, melhor, com as duas inicias linhas que dizem tudo da obra «O livro começa, quando a leitura nos aloja nas nuvens! (§) É uma sublime lufada de ar fresco de e para Angola!» (pág. 5). E Tonet, mais adiante, sobre o autor e a sua proverbial e frontal escrita acrescenta e bem «Um verdadeiro selo de povoamento [minha nota pessoal: nada tem a ver com o antigo selo de povoamento], parido nas entranhas da rua 66, zona alta de Nova Lisboa (Huambo), onde estão enterradas as secundinas de autor, sob o olhar cúmplice do “gavião” que não as consegue resgatar» (pág. 5).
Pois foi isto que Orlando Castro, neste seu livro de 2 (duas) partes procura tentar faz^-lo: resgatar um pouco das secundinas que estavam enterradas não na rua 66, mas nas gavetas o seu juízo e crítico cérebro.
Se na primeira parte, o autor, que conheço a bué de anos e que me fez o favor de eu ser seu Amigo, “vaga” pelo período negro da nossa História – a guerra de 1975-2002 – e como alguns se aproveitaram do final da guerra para optarem por lagosta bem suada em detrimento dos ideais que nortearam os primeiros 6 magníficos de Muangai de 1966, e, em particular, as linhas-mestras que Jonas Malheiro Savimbi sempre fez por divulgar, mas que fizeram deixar vilmente depositadas em Lucusse, no Moxico, em Fevereiro de 2002; na segunda parte Orlando Castro opta por, sem deixar de ser o jornalista que sempre norteou pela verdade frontal nua, crua e directa – ou, talvez, por isso mesmo, – parece criar um contínuo paralelismo entre o passado bélico do período com a realidade política actual. Algo que, diga-se, também se verifica na primeira parte.
Ou seja, Orlando Castro, com a habitual mestria que lhe é e sempre lhe foi reconhecida, faz-nos navegar e vagar por uma leitura transversal de factos da História de Angola que muitos persistem em “guardarem” em ocultas, fétidas e bem esconsas gavetas cerebrais em favor daqueles que consideram os mais adequados para serem servidos, após lautos, mas discretos, faustos repastos do bom marisco nacional, pelo areópago popular.
Ser-me-ia fácil descrever algumas passagens deste seu magnífico livro de 119 e “inacabadas” páginas. Mas isso tiraria verdade ao que Orlando Castro quer dizer no «Eu e a UNITA» e que defino de “o meu (seu) profundo sentir”.
Inacabadas porque, certamente, Orlando Castro tem muito mais no seu sublime e profícuo cérebro muito mais páginas para nos falar deste assunto qu lhe é – e que os é – muito querido.
Ficamos à espera Orlando. Até lá, Twapandula!

Publicado no site do Jornal Folha 8, em 19.Fevereiro.2025, sob o título «Em qualquer parte do Mundo», juntamente com outros 3 autores: e na edição em papel, na edição 1643, de 22.Fevereiro.2025, págs 24-25

Partilhe este artigo
Pin It

Escreva-me

Pesquise no site