Março é um mês que ressoa com significados profundos e simbólicos, especialmente quando se trata de homenagear as mulheres e suas inestimáveis contribuições para a sociedade. Neste contexto, é essencial destacar a força, a resiliência e a determinação das mulheres africanas, que, ao longo da história, têm desempenhado papéis cruciais, muitas vezes invisíveis, nas suas comunidades e na luta por justiça e igualdade.
As mulheres africanas têm mostrado uma capacidade extraordinária de superar desafios e adversidades. Desde líderes políticas e activistas até mães que sustentam suas famílias com bravura, elas são pilares de suas sociedades. Todavia, não poucas vezes – diria, muitas vezes –, suas histórias são sub-representadas ou mesmo ignoradas nas narrativas globais. Daí que deveria – tem de ser – fundamental, portanto, dar voz a essas mulheres, celebrar suas conquistas e reconhecer as lutas que ainda enfrentam.
Neste mês de Março, é importante refletir sobre as conquistas das mulheres africanas. Figuras como Wangari Maathai, a primeira mulher africana a receber o Prêmio Nobel da Paz, lideraram movimentos em prol da preservação do meio ambiente e dos direitos humanos. A sua luta não se restringiu apenas ao seu país, o Quénia, mas teve um impacto global, inspirando gerações a se unirem em defesa do planeta. Além disso, mulheres como Ellen Johnson Sirleaf, a primeira mulher a ser eleita chefe de Estado na África, na Libéria, abriram portas para uma nova era de liderança feminina no continente, mostrando que a política pode ser um espaço de transformação e esperança.
Entrementes, as mulheres africanas enfrentam desafios únicos e complexos, que vão desde a desigualdade de género até a falta de acesso à educação e à saúde. Em muitos países, certas práticas culturais e normas sociais ainda limitam o potencial feminino, restringindo seu acesso a oportunidades e perpectuando ciclos de pobreza. Porém, mesmo diante dessas dificuldades, as mulheres continuam a resistir e a lutar. Organizações comunitárias, grupos de mulheres e movimentos sociais estão se formando e se fortalecendo, com vista a proporcionar um espaço para que as suas vozes sejam ouvidas e suas reivindicações atendidas.
É essencial que, neste mês de Março, não apenas celebremos as conquistas das mulheres, mas também nos empreguemos em acções concretas para promover a igualdade de género e empoderar as mulheres africanas. Isso pode incluir apoiar iniciativas locais, investir em educação e capacitação, e amplificar as vozes das nossas mulheres em plataformas globais. Cada passo dado em direção à igualdade é um passo em direção a uma sociedade mais justa e equitativa.
Além disso, a solidariedade entre mulheres de diferentes partes do mundo é crucial. As experiências compartilhadas, as lutas comuns e as vitórias colectivas podem criar uma rede poderosa de apoio e inspiração. Num mundo que muitas vezes há mais tentativas para dividir, a união e a colaboração entre mulheres torna-se fundamental para criar um futuro onde todas possam prosperar.
Neste Março, que ora se inicia, e que começou com o Dia da Mulher Angolana, no passado 2 de Março, que possamos honrar as mulheres africanas não apenas com palavras, mas com acções que promovam a mudança. Que possamos ouvir suas histórias, aprender com suas experiências e nos comprometer a construir um mundo onde todas as mulheres, independentemente de sua origem, tenham a chance de brilhar e realizar seu potencial. Afinal, o empoderamento das mulheres é um factor-chave para a transformação social e o desenvolvimento sustentável, e isso começa com o reconhecimento de sua força e valor inestimáveis.
E como já afirmei, no passado 2 de Março se celebrou o Dia da Mulher Angolana, que rendamos homenagem a elas, que, com sua força e resiliência, têm moldado a história e o futuro de nossa nação. Desde as guerreiras que lutaram pela independência até as líderes actuais em diversas áreas, elas são pilares de esperança e transformação. Com coragem e determinação, enfrentam desafios diários, quebrando barreiras e redefinindo papéis. Que possamos sempre reconhecer e valorizar suas contribuições inestimáveis, celebrando a diversidade e a riqueza de suas histórias. Às Mulheres Angolanas, nosso respeito e admiração eternos!
Publicado no Novo Jornal, edição 877, de 7.Março.2025, página 33