O Ministro das Finanças português, e presidente do Eurogroup, Mário Centeno, está todo satisfeito porque o Governo a que pertence - ou, será mais um... o real leader - conseguiu a proeza de acabar 2019 com um défice de 0,5% (não esquecer que o défice é o quociente entre as receitas e as despesas!), algo, creio, nunca atingido.
Até o Presidente Marcelo Rebelo de Sousa louva, esperando, em breve um défice 0 (zero).
Pois, só que isso só é possível porque a carga fiscal - leia-se, as receitas através dos impostos - tem subido exponencialmente, desde 2015, ao ponto de 2018 ter sido o ano onde essa carga mais se fez sentir, representando, só por si (???!!!) 35,4% do PIB, como recorda o Público num artigo de hoje.
Recordemos que, ainda ontem o Público indicava que os partidos que apoiam a "geringonça" – só o termo "onça" parece dizer tudo quanto a estes amigos todos, face aos contribuintes – afirmavam que o Ministério de Centeno tem milhões de euros cativos. Ou seja, não paga e não investe para manter estes dados tão brilhantes.
Entretanto a dívida pública estava, em 2018, segundo a Pordata, nos 121,5% do PIB e com expectativa de subir. Ou seja, seriam necessários 2 PIB, no mínimo, para que a dívida de Portugal fosse coberta por aquilo que produz! Mas isso, é o menos importante. Alguém, no futuro, seja quem for, porque Centeno e companhia já não estarão à frente da gestão política portuguesa, pagará.
Nem que seja com mais um empréstimo externo ou a denúncia da dívida...
Publicado no portl do Público, em 28.Março.2019: https://www.publico.pt/2019/03/28/economia/opiniao/defice-zero-divida-publica-colossal-1867101 (pode aceder ao pdf aqui)