Eugénio Costa Almeida está confiante de que Biden voltará a consolidar os laços dos EUA com a Europa, o Médio Oriente e até com África. O investigador diz que os EUA deram uma lição de democracia à escala mundial.
Apesar da recusa de Donald Trump em aceitar os resultados das eleições, o seu rival Joe Biden foi anunciado, este fim de semana, como o novo Presidente dos Estados Unidos. Foram muitas as nações que felicitaram já o candidato democrata que, preveem e esperam muitos analistas, poderá vir a facilitar algumas alianças globais, amplamente prejudicadas durante a governação de Trump.
Eugénio Costa Almeida, investigador angolano no Centro de Estudos Internacionais do Instituto Universitário de Lisboa, está confiante de que Biden voltará a consolidar os laços dos EUA com a Europa, o Médio Oriente e até com África.
DW África: Que impacto terá a eleição de Joe Biden no panorama internacional?
Eugénio Costa Almeida (EA): O impacto de certeza que será totalmente diferente daquele que foi consumado com a administração de Donald Trump. À partida, no caso da Europa e no caso da NATO o impacto poderá ser – e certamente será – positivo, porque haverá uma aproximação muito maior, será a chamada reunificação das democracias. No que toca ao Médio Oriente poderá haver também um impacto positivo na medida em que, apesar de Joe Biden ser um amigo muito forte de Israel, é também um defensor de, pelo menos, dois estados na área entre Israel e a Palestina. Consta-se até que ele prevê inclusivamente abrir um consulado dos Estados Unidos na chamada Jerusalém Oriental, que é reivindicada pela Palestina. Portanto, se ele fizer isso, de certa forma está a reverter um pouco a unificação de Jerusalém sob a tutela de Israel. Como [o primeiro-ministro israelita] Benjamin Netanyahu já tem problemas que cheguem internos, nomeadamente jurídicos, de certeza que não irá criar grandes conflitos pelo menos no imediato. Eu vejo que a situação aí também poderá ser um bocado calma.
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